Terras de Manirema
- Concerto Especial
- 10 de dez. de 2019
- 2 min de leitura
Texto de Orlando Codá e música de Ronaldo Miranda

Compositor Ronaldo Miranda
Terras de Manirema, com texto de Orlando Codá e música de Ronaldo Miranda retrata um ambiente paradisiaco e lúdico, com todas as caracteristicas conservadas mas que sucumbe ao desregramento do uso e acaba por não existir mais. O texto de Orlando Codá é auto explicativo e a música grandiosa de Ronaldo Miranda confere a dramaticidade necessária à imaginação.
(Coral)
Manirema vive a paz, Manirema vive a paz!
Manirema vive a paz, Manirema vive a paz!
(Narrador)
Primeiro era um povo tranquilo
Curioso e descobrindo potencialidades de amar!
De sorrir pras menores coisas, pros riachos, cascatas, rios...
Pras voltas que todas as curvas
Preguiçosas, decididas... acariciavam sem ferir!
(Coral)
Argila barro, arranca toco, crasso arcabouço, brisa de estrada
Areia, brejos, barrancos, cercas
Caramboleiras, carobas brancas... Doido caipira!
Doido caipira, doido varrido
Ai de nunca despertar...
(Narrador)
Bom dia, boa tarde, boa noite, três frases, três gestos, três bocas
Povo que queria ir vivendo, achando o que tinha de achar
Segundo, minuto, hora certa a se confundir, penetrar num puro conceito de vida
Puramente vida...parágrafo
(Coral)
Ei jeito macio do olho, ei jeito macio de olhar
De fingir que nada mais importa,
De saber chegar manso e conversar (conversar só pra fingir)
De fingir que nada mais importa
De saber chegar manso e conversar
Manirema, o que de ti será? Manirema, o que de ti será?
Abiu, cardumes, dunas, enxames
Gargalo bêbado fumando guimba
Acende, apaga o candeeiro, o archote
Beijo bandido, livre lampeiro
Begônia lenta...campina infinda...
(Narrador)
E as araras?? Onde andarão??
(Coral)
E as araras? Onde andarão?
Ah de nunca despertar...
(Narrador)
Súbito, silvos salientes certos, chaminés, zorras, mortalha em verde
Sustam o silêncio, saltam sezões, solfejam sabres, saúdam saltos, salpicam luto
Festejam a morte!
Ai de desmaios, desatinos, ai dos mil corvos nos sete cantos...
Violentando veredas, velas, vastos vagidos, vertentes vesgas, volúpia, vote, cruz credo!!
Devasta tudo, galhos e frutos
Revira e vira plástico
Enverga!
(Coral)
Manirema já não vive a paz
Já não vive a paz, não há paz...
(Narrador)
Ai da fumaça pra estrangular
Ai do cimento... do pó...
Do nada.
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